Sem afinidade política, Casagrande não consegue ser recebido por Dilma

Após seis meses no mandato, o governador Renato Casagrande (PSB) não conseguiu ainda um encontro com a presidente Dilma Rousseff. A versão do palácio Anchieta, publicada em A Gazeta, nesta quinta-feira (16), de que a presidente não estaria conversando com os governadores, não se sustenta, já que Dilma se reuniu com alguns chefes de Executivo estaduais.

Nessa terça-feira (14), por exemplo, aconteceu um encontro com os governadores do Norte e Nordeste, para discutir reforma tributária. Além disso, a presidente já recebeu individualmente alguns governadores, como Teotonio Vilela, de Alagoas, e Beto Richa, do Paraná.
Com a uma agenda de reivindicações, como obras federais paradas no Estado e as ameaças de perdas fiscais com a reforma tributária, o governador Renato Casagrande já foi algumas vezes a Brasília, mas sempre em agendas com ministros.
A afirmação de que nada teria acontecido na relação entre o governador e a presidente que atrapalhe um futuro encontro também não convence. No mês passado, Século Diário já mostrou que a relação entre os governos deve ser meramente institucional, devido a incompatibilidades da cúpula petista com o governador socialista.
A impressão que o governo federal tem de Casagrande é a deixada quando ele estava no Senado, quando, ao assumir uma postura independente, muitas vezes foi de encontro aos interesses do governo. Com a movimentação que tirou Ciro Gomes (PSB-CE) da disputa à presidência da República em troca de apoio do PT e do PMDB a seis governadores do PSB, entre eles Casagrande, esperava-se uma mudança de atitude.
Essa expectativa foi frustrada, porém, no segundo turno da eleição presidencial, já que, após eleito, o governador não abraçou a candidatura de Dilma Rousseff, que acabou tendo um desempenho fora do esperado no Estado. Na época, Casagrande alegou que sua responsabilidade seria com o governo e por isso dialogaria tanto com o PT, de Dilma, quando com o PSDB, de José Serra (SP).
Os ecos da eleição repercutiram na relação do governo federal com o Estado, o que prejudica as articulações do governador na busca de recursos federais para o Espírito Santo, assim como a atuação da bancada federal.
Xerox de Seculo diario

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